ARLS Doze Apóstolos 4339
Sagrado Arco Real


O RITO DE YORK DO BRASIL

Tradição que se confunde com a história da
Maçonaria Brasileira


Texto de Elder Madruga e Cezar Mingardi

A expressão “Rito de York” é utilizada no Brasil, e em outros países, desde o surgimento da própria maçonaria no país, para designar os trabalhos ritualísticos do craft1 inglês. Desde logo deixa-se claro que neste artigo não há qualquer referência ao “York Rite” estadunidense, pois este compreende uma organização autônoma e separada da Maçonaria simbólica (ou blue lodge, como denominado nos EUA), e que confere outros graus aos Mestres Maçons se assim desejarem. Nos Estados Unidos o “York Rite” 2 é também chamado de “American Rite”, que é a forma como os maçons estadunidenses preferem chamá-lo.[i]

A denominação “Rito de York” aos rituais ingleses (ou deles derivados) certamente está tradicionalmente homenageando a cidade de York, na Inglaterra, onde uma lenda conta de uma grande assembleia maçônica que teria sido realizada naquela cidade pelo Príncipe Edwin, sob uma Carta fornecida pelo rei Athelstan, em 926 d.C.

Segundo Harry Carr, hoje em dia o título “Rito de York”, quando aplicado ao ritual do craft, representa uma alegação implícita de que aqueles que o praticam estão usando as mais antigas e puras formas do ritual. Infelizmente, é uma alegação sem qualquer prova.[ii]

O Ir. Peter Swanson, em seu livro “A História da Maçonaria Simbólica no Brasil”, de 1928,[iii] referindo-se às Lojas de língua inglesa no Brasil, escreveu que “deve ser apontado, aqui, que o Grande Oriente do Brasil sempre as chamou de Lojas do ‘Rito de York’, para distingui-las das que praticam o ‘Escocês’ e outras formas de trabalho”.

Uma confirmação documental dessa longeva forma de se referir como Rito de York aos trabalhos ritualísticos particularmente praticados por ingleses no Brasil pode ser encontrada no periódico “O Sete D’Abril”[iv], publicado da antiga capital federal, o Rio de Janeiro (Figura 1). Na edição de 7 de julho de 1835, em um artigo intitulado “Maçoneria-Montezuma” encontra-se um texto crítico às “caixas de mutuo socorro”. Neste texto há a seguinte citação: “Em Inglaterra, debaixo do Rito de York, temos outro
exemplo (…)”. Temos, portanto, que pelo menos desde 1835, era de uso
corrente denominar no Brasil de Rito de York ao craft inglês.


1 Na maçonaria simbólica inglesa (que chamam de craft) o termo “rito” não existe.

2 Para mais informações, visite o site http://www.yorkrite.org/Degrees/

Figura 1. Páginas 1 e 2 do periódico O Sete D’Abril, de 7 de julho de 1835. No destaque, o local da citação “Em Inglaterra, debaixo do Rito de York, temos …”.

Maçons ingleses tiveram participação ativa na maçonaria brasileira desde sua fundação. A Loja Comercio e Artes, que fundou o Grande Oriente do Brasil (na época denominado Grande Oriente Brasílico, Brasiliano ou ainda Brasiliense), tinha entre os seus membros um maçom inglês, o Ir. Joseph Ewbank, iniciado em Londres em 1810 na Old King’s Arms Lodge, Nº. 28. O Grande Oriente Brasílico fundado em 17 de junho de 1822 foi fechado por ordem de Dom Pedro I (que era seu Grão-Mestre) em 21 de outubro do mesmo ano, vindo a retomar seus trabalhos cerca de 10 anos depois, após sua abdicação, em 7 de abril de 1831, quando retornou a Portugal.[v]

Em novembro de 1833 sete maçons ingleses peticionaram à Grande Loja Unida da Inglaterra uma Carta Constitutiva para a Orphan Lodge (Loja Órfã). Esta Loja recebeu sua Carta Constitutiva da Grande Loja Unida da Inglaterra (GLUI) datada de 17 de dezembro de 1834 com o número 616. Quatro anos após esta loja contava com 40 membros. Duas outras Lojas foram criadas nestas condições, como sejam, a St. John’s Lodge 703 (Loja São João), também no Rio de Janeiro em 21 de setembro de 1839, e a Southern Cross Lodge 970 (Loja Cruzeiro do Sul) na cidade de Recife, em 15 de junho de 1856. Pode-se perguntar, “em que Rito essas Lojas trabalhavam?” Objetivamente, a resposta é: em nenhum. Na Inglaterra (como em outros países de língua inglesa, como Escócia, Irlanda Estados Unidos) não existe conceito de “rito”, pois as diferenças litúrgicas nos trabalhos que convencionamos chamar de “simbolismo” (este termo também não existe nos países citados) são muito sutis. Só existe um “sistema simbólico”, e as variações existentes – repito, muito sutis – são chamadas de “rituais”. Somente em Londres existem perto de cinquenta sistemas litúrgicos distintos. No Brasil convencionou-se chamar os trabalhos maçônicos ingleses, desde o início do século XIX, de Rito de York, e a comprovação documental está na cópia do periódico “O Sete D’Abril”, acima reproduzida.

A história destas três Lojas não foi longeva, mas marcaram oficialmente o contato do Brasil com o Sistema Ritualístico Inglês. A Orphan Lodge e a St. John’s Lodge tiveram seus registros cancelados em 4 de junho de 1862 e a Southern Cross Lodge em 6 de julho de 1894, junto à GLUI.[vi] Tentativas posteriores de novas Cartas Constitutivas foram negadas pela GLUI, que em 1865, respondendo a uma consulta sobre uma Carta para uma Loja a ser formada no Rio, escreveu: “É regra estabelecida pelo Grão-Mestre da Inglaterra de nunca conceder uma Carta Constitutiva para uma Loja reunirse em um país onde esteja operando um a Grande Loja distinta. Esse é o caso do Rio de Janeiro, que creio estar sob a jurisdição do Grande Oriente do Brasil.”. O reconhecimento oficial do Grande Oriente do Brasil por parte da Grande Loja Unida da Inglaterra se daria em 1880.[vii]

Não se encontrou ainda a data de fundação ou o nome da primeira loja no Rito de York sob a jurisdição do Grande Oriente do Brasil, mas sabe-se que pelo menos uma loja neste rito já existia anteriormente a 1872. O Boletim do Grande Oriente do Brasil, de janeiro de 1872[viii], relata na página 68: “Possúe pois o Grande Oriente em plena actividade de trabalhos 78 Lojas; sendo 57 do rito escossez, 15 do rito francez, 5 do adhoniramita e 1 do de York” (Figura 2). Até o momento não conseguimos mais informações a respeito desta Loja do GOB, trabalhando no Rito de York, nem quanto a seu destino, mas é o documento oficial mais antigo que se tem conhecimento até o momento, e que faz referência à existência de uma Loja no Rito de York no Grande Oriente do Brasil antes de 1872. Talvez esta Loja tenha sido formada com a participação de maçons ingleses que não mais conseguiam Carta Constitutiva junto à Grande Loja Unida da Inglaterra, uma vez que esta obediência reconhecia a existência de uma Obediência maçônica regular no Brasil, ainda que não de maneira formal naquele momento.

Portanto, a primeira Loja em um rito sob a denominação “Rito de York” no Brasil, e utilizando-se de rituais ingleses, foi fundada no GOB. Depois desta, foi regularizada no Grande Oriente do Vale dos Beneditinos (uma cisão do GOB à época) uma Loja da cidade de Santa Bárbara do Oeste (SP), formada por maçons estadunidenses, denominada Loja Washington.

No Boletim do Grande Oriente Unido do Brasil, de julho de 1872,[ix] há um texto da Comissão que havia sido formada para avaliar as Constituições dos então Grandes Orientes, o do Lavradio e o dos Beneditinos, no sentido de se fundar o Grande Oriente Unido. No texto fica claro que para os maçons da época o denominado Rito de York (ou “Symbolico” como também era chamado) compreendia os três graus originais, surgidos na Inglaterra, e que nos Estados Unidos foi modificado e nominado como “rito Americano”. Na página 304 lê-se: “O Rito dominante nos Estados-Unidos é o Americano que é uma modificação do de York (…) porque foram estabelecidos em 926 na cidade de York”. Certamente o autor do texto não está se referindo ao “York Rite” dos Estados Unidos, que concede graus superiores, pois lá o “Scottish Rite” é mais popular, congregando maior número de membros.

Figura 2. Boletim do Grande Oriente do Brazil, de janeiro de 1872, o qual na página 68 atesta a existência de uma Loja no Rito de York em plena atividade.

Em 1863, sob a liderança de Joaquim Saldanha Marinho, uma cisão no Grande Oriente do Brasil funda o Grande Oriente do Vale dos Beneditinos. Vinte anos depois, em 18 de janeiro de 1883, o Grande Oriente Unido do Brazil (antes denominado Grande Oriente dos Beneditinos) se funde ao Grande Oriente do Brasil, que incorpora suas lojas. Dentre as Lojas incorporadas haviam duas, a Loja Washington (de Santa Bárbara do Oeste, SP) e a Loja Lessing (de Santa Cruz do Sul, RS) que trabalhavam no Rito de York daquela Obediência. Em 1893 a maçonaria gaúcha rompeu com o Grande Oriente do Brasil, fundando o Grande Oriente do Rio Grande do Sul e, assim, a Loja Lessing desligou-se do GOB. Por volta da mesma época a Loja Washington abateu colunas. Após alguns anos sem a instalação de nova Loja no Grande Oriente do Brasil, a sociedade beneficente Filhos da Luz, composta exclusivamente de maçons, foi transformada em uma loja maçônica, com 77 membros, denominada Loja Filhos da Luz para trabalhar sob o Rito de York. Esta Loja efetivamente fundada em 23 de setembro de 1891 e em algum momento antes de 1896 havia mudado para o Rito Escocês.[x]

Em outubro de 1891 um grupo de maçons, incluindo ingleses e norteamericanos, se reuniram para fundar uma Loja no Rito de York a qual seria denominada de Eureka. A autorização e regularização desta loja encontramse registradas nos Boletins Nº. 9 e 10, ano 16, de 1891, onde na justificativa de fundação da Loja, à página 284, destaca que:

“A nova officina cujo titulo distinctivo é “Eureka”, é formada por um pessoal selecto, em grande maioria inglezes e norte-americanos, sendo-lhe por isso dada permissão para effectuar todos os seus trabalhos na lingua ingleza.”

No noticiário do Boletim seguinte do Grande Oriente do Brazil, o de Nº. 11, ano 16, de 1892, foi publicado, na página 310, que o ato de regularização ocorreu em 19 de Janeiro, com a comissão regularizadora formada pelos Veneráveis Mestres Coronel Candido Alves da Silva Porto, Doutor João Carlos Leopoldo Garcez de Gralha e Capitão Antonio Joaquim Vieira. (Figura 3).

Em agosto de 1896 foi publicado no Boletim do GOB[xi] a relação das 529 Lojas existentes em seu cadastro, destacando as fundadas no GOB e as incorporadas do Grande Oriente dos Beneditinos, as ativas e inativas naquele momento. Nessa relação consta cinco Lojas fundadas no Rito de York, sendo que apenas as Lojas Filhos da Luz e Eureka constavam como ativas:

N° Nome da Loja Rito Cidade Data Fundação
232 Vesper York depois Moderno Rio de Janeiro 30/11/1872
313 Washington York Santa Bárbara (SP) 19/11/1874
401 Lessing York Santa Cruz (RS) 22/03/1880
450 Filhos da Luz York depois Escocês Rio de Janeiro 23/09/1891
452 Eureka York Rio de Janeiro 22/12/1891

Figura 3. Boletim do Grande Oriente do Brazil janeiro de 1892, referente a novembro e dezembro de 1891.

Não temos maiores informações sobre a Loja Filhos da Luz, por quanto tempo trabalhou no Rito de York e que ritual usou para isso, se é que chegou a efetivamente trabalhar nesse Rito. De qualquer forma, a Loja Eureka tem sido considerada pelos pesquisadores maçônicos modernos como sendo a primeira Loja a ser fundada no Grande Oriente do Brasil no Rito de York, trabalhando comprovadamente com um ritual inglês e na língua inglesa, embora historicamente tenha sido sempre lembrada como a de número 3.

Em 1907 eram seis as Lojas do Grande Oriente do Brasil trabalhando no Rito de York em língua inglesa, conforme apresentado no quadro abaixo:

N° Nome da Loja Cidade Ano de Fundação
440 Eureka Rio de Janeiro 1891
443 Duke of Clarence Salvador, BA 1893
648 Morro Velho Nova Lima (MG) 1899
792 Unity São Paulo 1902
817 Saint George Recife (PE) 1904
856 Wanderers Santos (SP) 1907

Peter Swanson em seu livro “A História da Maçonaria Simbólica no Brasil”, de 1928, sancionado pelo então Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil, faz um relato quanto às dificuldades que maçons ingleses e norteamericanos enfrentavam para manter sua regularidade maçônica com suas lojas filiadas ao GOB, e recorreram à Grande Loja Unida da Inglaterra apoio para conseguirem junto ao GOB o consentimento para se estabelecer no Brasil uma Loja Distrital sob a Constituição Inglesa.

A Missão enviada pela GLUI não obteve pleno sucesso em seu objetivo, mas ficaram satisfeitos com a proposta do GOB em se constituir um Grande Capítulo para o Rito de York, dando maior independência às suas Lojas.

Em 21 de dezembro 1912 (Figura 4) foi firmado então um tratado entre o Grande Oriente do Brasil e a Grande Loja Unida da Inglaterra que resultou na criação do Grande Capítulo do Rito de York, onde se lê:

“Esse Grande Capitulo será autoridade suprema, em materia liturgica, para todas as Lojas do Rito de York, actualmente existentes no Brasil e para aquellas que de futuro forem creadas.”

Ao ser traduzido para o inglês a expressão “Grande Capítulo do Rito de York” converteu-se em “Grand Council (Capítulo) of the York Rite”, com a palavra “Capítulo” entre parênteses e em português logo após a palavra “Council”. É natural que não tenham traduzido “Grande Capítulo” como “Grand Chapter” pois isto traria dificuldades de entendimento na Inglaterra onde “Grand Chapter” é o corpo que governa os Capítulos do Arco Real.

Na Figura 4 vemos no detalhe da versão em inglês do Tratado de 1912, no qual a expressão “York Rite” aparece várias vezes.

O Decreto nº. 478 de criação do Grande Capítulo do Rito de York foi assinado pelo Sob. Grão-Mestre Lauro Sodré em 1 de dezembro de 1913, que teve vigência por 23 anos, até que o novo tratado entre o Grande Oriente do Brasil e a Grande Loja Unida da Inglaterra em 1935 fosse assinado. Nesse período de 23 anos duas lojas surgiram e abateram colunas, a Loja Eduardo VII e a Loja “Brazil Craft Masters”, uma loja itinerante formada apenas por Mestres Instalados.

Durante a existência do Grande Capítulo, em 1920 foi fundada a Loja Brasil para trabalhar no Rito de York em português. Dessa maneira o Grande Capítulo do Rito de York encarregou os Irmãos Josephino da Silva Moraes e Joseph Thomas William Sadler de fazerem a primeira tradução do ritual 3,que foi mandado imprimir em Londres pelo Grande Oriente do Brasil, o qual passou a ser utilizado a partir de 1923 pela Loja Campos Sales.


3 Baseado no “Perfect Ceremonies”, daí a menção nos rituais em português do termo “Cerimônias Exatas”

Figura 4. À esquerda, primeira página do tratado em língua portuguesa, e à direita o correspondente traduzido para o inglês, e que foi assinado pelos representantes da Grande Loja Unida da Inglaterra.

Até 1935 haviam dez lojas ativas no GOB trabalhando no Rito de York. Além das seis existentes até 1907, foram fundadas ainda as Lojas Friendship, Centenary, Campos Sales e Royal Edward.

O Grande Capítulo do Rito de York foi extinto com o Tratado de Aliança Fraternal de 6 de maio de 1935 entre o Grande Oriente do Brasil e a Grande Loja Unida da Inglaterra e em 14 de setembro de 1935 era inaugurado a Grande Loja Distrital da América do Sul – Divisão Norte.

Atualmente nos quadros do Grande Oriente do Brasil estão registradas 150 lojas no Rito de York.

Notas:

[i] Conforme registrado no site do “York Rite”: “The York Rite, or more correctly, the American Rite …”. Fonte: http://www.yorkrite.org/Degrees/

[ii] Harry Carr. THE FREEMASON AT WORK: The Definitive Guide to Craft Freemasonry. Lewis Masonic, 2008. 116. York Rite.

[iii] Peter Swanson. A História da Maçonaria Simbólica no Brasil. Rio de Janeiro: traduzido por Comp. Litho Ferreira Pinto, 1928.

[iv] Lançado na Corte brasileira em 1º de janeiro de 1833, com o Período Regencial em vigor no Brasil, por conta da abdicação de Dom Pedro I dois anos atrás, O Sete d’Abril foi um jornal de linha liberal moderada, dirigido e redigido por Francisco do Rego Barros Beberibe. Tendo por fim “defender a Constituição Política do Brasil e os Direitos do Imperador e Senhor D. Pedro II”, o periódico vinha a lume não só comemorando o fim do Primeiro Reinado, ocorrido a sete de abril de 1831, como destacando beneficamente os tempos vindouros para a nação.

[v] Plínio Virgílio Genz. A Maçonaria Inglesa no Brasil. São Paulo: Madras, 2013.

[vi] MASONIC RECORDS: 1717 – 1894. Second Edition.- United Grand Lodge of England John Lane, F.C.A.1895 – London, Freemasons’ Hall, Great Queen Street, W.C. Fonte: https://archive.org/details/cu31924030274165

[vii] Plínio Virgílio Genz. A Maçonaria Inglesa no Brasil. São Paulo: Madras, 2013.

[viii] Boletim do Grande Oriente do Brazil, Nº. 2, 1º Anno. Maio, 1872, página 68. Typographia do Grande Oriente de Pinheiro & C., Rua Sete de Setembro, n. 159. Fonte: Biblioteca Nacional Digital Brasil – http://bndigital.bn.gov.br/

[ix] Boletim do Grande Oriente Unido do Brazil, Nº. 8, 1º Anno. Julho, 1872, página 304. Typographia do Grande Oriente Unido do Brazil.

[x] Boletim do Grande Oriente do Brasil de º. 7, ano 16, de 1891, à página 222

[xi] Boletim do Grande Oriente do Brasil de Nº. 6, ano 21, de agosto de 1896

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